
A ação faz parte de investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Hytalo é suspeito dos crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil, em meio à divulgação de conteúdos com menores de idade sexualizados nas redes sociais .
Bloqueio de contas e busca a mandados judiciais
Na quarta-feira (13/08), a Justiça da Paraíba determinou a interdição de todas as contas de Hytalo nas redes sociais, incluindo Instagram e YouTube, bem como a busca e apreensão de equipamentos eletrônicos (celulares, computadores, câmeras, pen drives etc.) por meio de um mandado expedido pela 1ª Vara da Infância e Juventude de João Pessoa .
Posteriormente, na quinta-feira (14/08), equipes de MPPB, MPT, Polícia Civil da Paraíba, Polícia Civil de São Paulo e Polícia Rodoviária Federal foram até a residência de Hytalo na Paraíba, mas encontraram o imóvel trancado e vazio .
Presos enquanto dormiam — e com equipamentos apreendidos
De acordo com reportagens do UOL, Hytalo e o marido foram localizados em uma casa alugada na região de Carapicuíba — onde estavam dormindo — e presos sob cumprimento de mandado da Justiça da Paraíba .
Na operação, foram apreendidos oito celulares, um veículo e outros objetos. A Justiça decretou prisão preventiva, justificando a existência de indícios sólidos dos crimes e o risco de obstrução das investigações .
Contexto da denúncia: o vídeo de Felca e a repercussão
A denúncia pública que desencadeou o caso começou com um vídeo do youtuber Felca, publicado em 6 de agosto, no qual ele acusa Hytalo de praticar “adultização” de adolescentes em seus conteúdos online, inclusive com conotação sexual — o que, segundo Felca, configuraria exploração para lucro .
O vídeo viralizou rapidamente, atingindo mais de 20 milhões de visualizações em poucos dias, e resultou na desativação da conta do influencer no Instagram. Ainda assim, as investigações por parte do MPPB corriam desde 2024, com duas frentes distintas: exploração de menores e tráfico humano .
Hytalo ficou conhecido por chamar os adolescentes em seus vídeos de “crias”, “filhos” ou até “genros”, e promover o conceito de “reality show” com adolescentes, como Kamylinha Santos, de 17 anos, antes menor de idade e emancipada, cuja participação gerou intenso debate público .
Reação da defesa
A defesa de Hytalo declarou que ele sempre se colocou à disposição das autoridades e afirma ter tomado ciência da expedição do mandado apenas na manhã da prisão. Afirma ainda que tomará todas as medidas judiciais cabíveis, incluindo possível habeas corpus .
No dia anterior à prisão, Hytalo já havia se pronunciado por meio de nota, afirmando que “repudia categoricamente qualquer acusação de exploração de menores”, negando ocultação e afirmando estar à disposição das autoridades enquanto viajava em São Paulo.